A onda revivalista chegou aos nossos pratos. Os caldos Knorr voltaram e os filhos dos seus primeiros utilizadores são agora incitados a cozinhar e a recriar os sabores da sua infância. Mas o que são estes cubinhos? Para que servem? O que têm na sua composição e como são feitos? Numa breve revista a alguns sites da marca encontrei o seguinte:
"Os fornecedores da matéria-prima utilizada no fabrico dos caldos são seleccionados e acompanhados de forma bastante criteriosa. Cada ingrediente é limpo, lavado e recebe o corte que melhor os preserva em sabor e valor nutritivo. O processo visa concentrar o sabor das carnes e vegetais, eliminando parte da água.
Os ingredientes chegam à fábrica dos Caldos Knorr onde são pesados e misturados. Em seguida, adicionam-se vegetais e encaminha-se a mistura do caldo para ser prensada e embalada em papel-alumínio. Em seguida, são colocados nas respectivas caixinhas, onde se imprime a data de validade. O último passo é verificar se o peso da caixinha está de acordo para comercialização. (...)Todo o processo é feito sem contacto manual e nas mais absolutas condições de higiene."
Magia ou... esquecimento?
É que depois de consultar a lista de ingredientes e a tabela nutricional vi que nem só de carnes e vegetais se faz um cubinho:
1/2 cubo (a dose para uma pessoa) fornece cerca de 40% da quantidade de sal aconselhada para um dia. E embora isento de gorduras trans, as mais nefastas por serem muito reactivas e lesarem as células, os caldos fornecem predominantemente gordura do tipo saturado.
Mas talvez o segredo mais bem escondido seja o dos intensificadores de sabor. Estas substâncias poderão estimular mais do que as papilas gustativas. O glutamato monossódico, por exemplo, pode ter efeitos lesivos a nível cerebral, por sobre-excitação dos neurónios.
Num país com tendência para pratos saborosos e abusos culinários, e falo essencialmente da gordura e do sal, será boa ideia habituar o paladar a estes sabores?
terça-feira, 10 de abril de 2007
O cubo mágico
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3 comentários:
Tira-me só uma dúvida. As gorduras saturadas são aquelas mais difíceis de eliminar certo? São as que entopem as artérias e fazem subir o colesterol...
Não conhecía as gorduras trans...
A gordura trans ou hidrogenada forma-se naturalmente por hidrogenação, e a partir de gordura insaturada, no rúmen de bovinos, por exemplo, ocorrendo na sua carne e leite em pequenas quantidades.
Contudo, a gordura trans mais falada é aquela que tem origem industrial. Este processo de hidrogenação artificial surgiu para produzir alternativas à gordura de origem animal, do tipo saturado.
A maioria da gordura hidrogenada é formada durante a manufactura de alimentos processados. Em muitos alimentos a gordura sólida e óleos líquidos naturais são substituídos por gordura trans dos óleos vegetais parcialmente hidrogenados. Os alimentos que frequentemente contêm gordura trans são os fritos (batatas fritas de pacote, por exemplo), molhos de salada, margarinas (embora hoje quase todas as margarinas sejam virtualmente isentas de trans), bolachas, principalmente as recheadas e as waffer, entre outros alimentos processados.
A gordura trans é muito utilizada nestes produtos porque melhora a palatabilidade e confere uma textura mais crocante, aumentando ainda a validade dos produtos, mas é extremamente nociva para o organismo.
É comum fazer-se uma analogia entre o efeito crocante nos alimentos e o efeito plástico nas artérias. A gordura trans age como a saturada ao elevar o nível da lipoproteína de baixa densidade no sangue (LDL ou "mau colesterol") e tal facto faz com que os níveis de absorção da lipoproteína de alta densidade (HDL, o "bom colesterol") sejam prejudicados. Uma vez que esta última é responsável pela remoção de LDL do sangue, aumenta a probabilidade de desenvolvimento de ateroma, isto é, a placa de gordura no interior de veias e artérias (que pode causar enfarte).
A gordura trans está também associada à obesidade, visto que é utilizada em larga escala em alimentos densamente energéticos e pouco interessantes do ponto de vista nutricional.
Por tudo isto, parece hoje claro que as gorduras de eleição deverão ser as de origem vegetal, como o azeite.
Relativamente a estes cubinhos mágicos, gostava de deixar o meu testemunho... Durante o estágio que fiz no centro de saúde era muito comum as pessoas referirem na consulta de obesidade o seu uso. Sinceramente custa-me pensar que as pessoas os usem, essencialmente num país como o nosso no qual dispomos de tantas outras alternativas narurais para "apaladar" os alimentos. Considero-os ainda um atentado à imaginação e criatividade numa arte tão digna (a meu ver) como a da culinária. Parece que se despeja tudo pa dentro da panela, e com um pozinho de perlimpimpim se espera que saia algo bem temperado. Uma espécie de "fast-cook" ;)Bom trabalho siper girls! *** (madrinha babada)
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